quarta-feira, 1 de junho de 2011

A lesão do ciclismo em relação à biomecânica do joelho.


Lesão no ciclismo em relação à biomecânica do joelho.





 



Ao pedalar, todos nós podemos perceber como nossos joelhos se aproximam e se afastam do quadro da bicicleta. Esta movimentação é de extrema importância na fase de potência da pedalada (de 0 a 180 graus do ciclo de revolução do pedal), visto que grande parte do esforço muscular é gerada neste instante.
Vale lembrar que a fase de potência da pedalada é aquela em que a articulação do joelho está mais suscetível a lesão, devido a grande quantidade de força que é transmitida através desta articulação para os pedais
Outro fato importante é o esforço localizado em alguns grupos musculares. Os músculos adutores da coxa (parte interna da coxa) parecem ser sobrecarregados para a manutenção desta posição dos joelhos, pois são eles que realizam esse movimento de aproximação do joelho ao quadro.
 
Cuidados que devemos ter ao pedalar:

Perceber que a posição do joelho em relação ao quadro da bicicleta na vista anterior é um mecanismo importante de dor e/ou lesão no joelho. Na bicicleta, o problema mais comum é o selim muito baixo ou muito anteriorizado. Nesses casos, o ideal é deixar o selim em tal posição que o joelho, na parte mais baixa da pedalada, fique com 5 ou 10º de flexão (considere 0º com o joelho esticado).

Componentes que devem ser ajustados de acordo com a anatomia de cada um:


 

 A articulação do joelho é muito importante, pois a mesma suporta o peso do corpo e ao mesmo tempo permite uma quantidade de movimento entre o fêmur e tíbia. O joelho experimenta e é sujeito a força muito mais alta durante a maioria das atividades.

Movimentos dos membros inferiores:

Joelho: A perna semi-flexionada desloca-se na face posterior da linha medial, impulsionando para cima numa grande amplitude de movimento de 70 a 140 graus de flexão, e numa mobilidade articular de mais ou menos 90 graus até que ultrapasse o selin da bicicleta com a atuação dos extensores da coxa, quadríceps, que realizam a extensão do joelho.
Quadril: A articulação do quadril realiza um movimento de rotação. A cabeça do fêmur roda na superfície do acetábulo sobre a pelve no momento da elevação da perna, realizando também os movimentos de flexão e extensão, agindo dessa forma um grupo muscular antagonista atuam na adução da perna, enquanto que imprimem a rotação lateral. Os músculos que agem sobre a ação: glúteo máximo, quadríceps, bíceps femural e sartório, permitindo realizar a flexão da coxa sobre a pélvis e da perna sobre a coxa.

Ciclo:
O princípio básico da pedalada é o desenvolver dos movimentos circulares e suaves apresentando uma regularidade de aplicação de força sobre os pedais de todo o ciclo. As ações das pedaladas no ciclismo consiste em o atleta tocar o pedal alternadamente com a impulsão plantar do pé passando por baixo do corpo projetando para trás do mesmo, para que no momento em que o atleta amortecer o primeiro pedal, ser levado para a frente, para iniciação e eficiência de um novo movimento no segundo pedal.

Flexão e Extensão dos membros inferiores:
Ao invés de movimentar todo o corpo durante a pedalada, gastando mais energia, limita-se o esforço ao quadril, coxa e região posterior da perna. Excluindo o trabalho do braço, ombro e pescoço e costas. Estas partes do corpo devem estar relaxada concentrando toda a força da cintura para baixo. Exceto, durante um aclive que ao levantar do selin, é fundamental o trabalho da porção superior do corpo.

Quadril: Com o ciclista perfeitamente acomodado sobre o selin, o ângulo formado entre o fêmur e o tronco deve ser de 60 graus para que não prejudique a performance. Dada a largada, a pedalada é de constante pressão sobre um grupo muscular que realiza a extensão da coxa: os glúteos, e as articulações da coxa são fletidas fazendo com que os extensores dessas articulações se contraem excentricamente, acumulando energia elástica potencial que é utilizada na ação (pedalada). Essa ação fica à responsabilidade do glúteo máximo; o sartório que permite realizar a flexão da coxa sobre a pélvis; o quadríceps (reto femoral), permitindo que o atleta realize o próximo movimento, (próxima pedalada).

Joelho: Nesta articulação temos os principais movimentos de: flexão e extensão.
No momento em que a alavanca do pedal está à frente e ultrapassa a linha horizontal, o grupo muscular quadríceps deixam de participar do movimento, pois o avanço do pedal para a frente já atingiu seu ponto máximo, neste momento suavizando a aplicação de força, permitindo que um novo grupo muscular passe a aplicar força sobre os pedais. Uma puxada para trás aplicada pelos extensores da coxa. Esse torque é gerado pela contração do grupamento muscular, (quadríceps) que realiza a flexão toda as vezes que o joelho se eleva acima do solo; a musculatura posterior da coxa vai diminuindo a atuação do quadríceps começam a contrair-se novamente.
Na porção inferior do ciclo, de 90 a 270 graus, os isquiotibiais contribuem mais para a produção de potência, com o bíceps femoral, músculo este flexor da perna de 10 a 265 graus e o músculo semimembranoso, flexor também da perna, ativo de 10 a 265 graus. Há uma co-contraçãodo quadríceps e dos isquiotibiais nas porções iniciais do ciclo.

Tornozelo – Movimento de dorsiflexão – flexão plantar.
Os ciclistas geram potência aplicando uma força sobre os pedais que são transmitidos para o solo.
A dorsiflexão na articulação do tornozelo acontece no momento dos últimos graus do ciclo, de 270 a 360 graus. Na musculatura está envolvido o reto femoral na medida em que a perna é levada para a parte posterior da linha medial, na posição do topo, juntamente com a retomada do movimento dorsiflexão do tornozelo, e o momento em que o ciclo está a 180 graus é efetuado um outro movimento de flexão plantar do pé.

A presença da dor nos membros inferiores é uma queixa comum entre os ciclistas. Tal sintoma pode ser decorrente de vários tipos de lesões e levam a queda do rendimento e até do prazer em pedalar. As principais causas deste tipo de lesão são a inadequação das dimensões da bicicleta ao corpo do atleta.
Quando o ciclista pedala com o selim muito baixo e/ou avançado pode ocorrer uma flexão ou uma “movimentação” médio-lateral excessiva do joelho, enquanto que com o selim muito alto e/ou recuado pode ocorrer uma tensão excessiva dos músculos posteriores da coxa podendo ocasionar lesões como, por exemplo, tendinites. A ocorrência de lesões nesta articulação está ligada ao facto da grande magnitude de força muscular gerada pelo quadríceps durante o ciclismo, a qual é transmitida ao movimento principalmente por esta articulação. Isso faz com que uma flexão excessiva da articulação do joelho leve a uma maior carga de compressão na articulação patelo-femora



Tipo de lesão mais freqüente no ciclista:
Algumas pessoas têm predisposição a apresentar este tipo de lesão devido ao que se chama de desalinhamento da patela, ou seja, ao invés da patela percorrer o “trilho” formado pelos côndilos do fêmur na flexão e extensão, ela tende a deslocar-se para os lados (geralmente para lateral), aumentando o atrito entre os dois ossos. As mulheres costumam ser mais susceptíveis a tal lesão pois, em geral, possuem o quadril mais largo. Como é de lá que partem os músculos que atuam sobre o joelho, há maior tendência ao deslocamento lateral. O diagnóstico do desalinhamento só pode ser feito por um ortopedista através do exame físico e radiológico.
Tendinites nos joelhos Cerca de 56% do ciclo do pedal é feito pelo músculo Vasto Medial (a batatinha do joelho do ciclista). Uma pedalada com técnica errada ou pedalada com muita sobrecarga (subidas, pedaladas travadas) vai sobrecarregar esta musculatura e pode causar lesões. Escolha o tamanho de quadro correto para seu tamanho. Observe as regulagens e ajustes para seu corpo. Pedale em uma cadência entre 80-90 rpm no plano e 60-65 em subidas.
Não pedale em marchas muito pesadas para não sobrecarregar os joelhos.
Alongue-se antes e depois dos exercícios

A condromalácia da patela (antiga rótula) é uma lesão da cartilagem articular deste osso devido ao excesso das forças de cisalhamento ( “atrito” ) entre a patela e a porção distal do fêmur durante ou após esforços repetitivos de flexão do joelho. O sintoma mais comum é a dor atrás da patela, especialmente nas subidas ou durante longos percursos com pedaladas lentas. O cisalhamento se dá devido à ação do músculo anterior da coxa (o quadríceps) que força a patela contra o fêmur para poder estender a perna no momento da pedalada. Tal compressão é maior no início da extensão. A presença de um mau alongamento da musculatura isquiotibial (posterior da coxa) é um agravante do quadro. A condromalácia pode surgir tanto no início da temporada devido ao seu aumento rápido quanto no final, devido ao esforço acumulado. Aumentos abruptos da quantidade de exercícios são responsáveis pela grande parte das lesões esportivas. Em ambos os casos, orienta-se exercícios leves, a 90 rpm, em superfície plana até o desaparecimento dos sintomas.

O tratamento se dá com medicamentos anti-inflamatórios , meios físicos e cinesioterapia e a evolução costuma ser favorável. Alguns aspectos particulares do ciclismo devem ser observados, de modo a acelerar o tratamento e prevenir novas lesões.




Referências

Fonte: Dr. André Pedrinelli e Dr. Mateus Saito


http://www.portalchapeco.com.br/rogelin/dicas1.htm

 Equipe: Jecyka wileny nogueira
Viviane lopes da cunha

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